sábado, 8 de maio de 2010

Amarca de uma lágrima (Pedro Bandeira)

1ª parte/ cap: 2 - Uma gota de sangue


Isabel! Venha cá.

A voz penetrou-lhe os ouvidos como uma campainha de despertador. A voz irritante da mãe, estridente como uma campainha. Devia estar com enxaqueca, como sempre. Na certa ia reclamar de alguma coisa, exigir que a filha respeitasse pelo menos sua dor de cabeça, queixar-se de...

O combate com o inimigo estava suspenso, por hora. Isabel sacudiu a cabeça, como se despertasse, e esfregou o rosto, apagando as marcas da luta. Uma última olhada para o inimigo. Ele a olhou de volta, agora com uma rachadura de alto a baixo.

“ Sete anos de azar!”, pensou Isabel. “ Ah, o que são sete, para quem já viveu quatorze dos anos mais azarados do mundo?”

- Isabel! – ainda mais irritada, a voz da mãe invadiu o banheiro. – Não me ouviu chamar?

“ Quatorze anos de azar!”, ainda pensava a menina ao abrir a porta. “ Será que minha mãe quebrou dois espelhos quando eu nasci?”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ei você ai, obrigada por suas palavras e bla bla bla